E ela, ansiosa demais pra esperar pelo acaso, ligou.
Ele – o acaso – poderia tê-la presenteado com a doce surpresa de um encontro inesperado numa ensolarada e despretensiosa tarde de domingo, durante uma caminhada pelos gramados do parque.
Ou então, poderia ter promovido um encontro desastrado na sessão de literatura brasileira da livraria, quando o livro de poesia cairia de suas mãos após seu corpo esbarrar no dele.
O acaso poderia ter arquitetado a ocasião ideal para que seus olhos brilhassem ao avistar aquele, incrivelmente, belo sorriso.
Mas sua ansiedade atrapalhou o acaso.
Ela - a ansiedade - achou que o acaso pode ser demasiado lento, e a fez concluir que não há tempo a perder. Se deixasse nas mãos dele, o tal domingo ensolarado no parque poderia ser o de hoje, o da semana que vem, ou então, do ano que vem.
E ela, ansiosa demais pra esperar pelo acaso, ligou.
Agora, o que lhe resta é torcer pra que o destino aprove...
“Nas mãos caprichosas o tempo, paciente, sempre costurava suas medidas exatas.”
(Cyro de Mattos)
Sabrina Moreira
Ele – o acaso – poderia tê-la presenteado com a doce surpresa de um encontro inesperado numa ensolarada e despretensiosa tarde de domingo, durante uma caminhada pelos gramados do parque.
Ou então, poderia ter promovido um encontro desastrado na sessão de literatura brasileira da livraria, quando o livro de poesia cairia de suas mãos após seu corpo esbarrar no dele.
O acaso poderia ter arquitetado a ocasião ideal para que seus olhos brilhassem ao avistar aquele, incrivelmente, belo sorriso.
Mas sua ansiedade atrapalhou o acaso.
Ela - a ansiedade - achou que o acaso pode ser demasiado lento, e a fez concluir que não há tempo a perder. Se deixasse nas mãos dele, o tal domingo ensolarado no parque poderia ser o de hoje, o da semana que vem, ou então, do ano que vem.
E ela, ansiosa demais pra esperar pelo acaso, ligou.
Agora, o que lhe resta é torcer pra que o destino aprove...
“Nas mãos caprichosas o tempo, paciente, sempre costurava suas medidas exatas.”
(Cyro de Mattos)
Sabrina Moreira
4 comentários:
Ai, dona Sassá...
Pura verdade!
Se queremos fazer tudo do nosso jeito... cheia de ansiedade (acho que já vi este tema por aqui)... como que podemos querer que algumas coisas fluam naturalmente?...
se bem que, às vezes, um empurrãozinho tmb é necessário.. heheheh
Amei a reflexão... ;)
Bjus,
Ali
** Miss friday, borboletiando nos textos alheios, disse... **
Sabe Miss Sunday!
Tenho um pouco de dificuldade de comentar textos amorosos... Ainda mais esse que pode ter ou não um final feliz hoje, na semana que vem ou daqui há um ano, não fosse a nossa pró-ativa "Ansiedade". Gostei muito dessa personagem e o fato dela representar o feminino.
Fossem as mulheres mais ansiedade, talvez muitos acasos sairiam da casca e formariam um lindo par. E que seja eterno enquanto dure.
W.Allen (Que foge dos textos amorosos para evitar as obviedades ou cafonices- mas talvez seja o último romântico)
Sasasasasasasasasa
Como eu não sou uma pessoa ansiosa, sempre deixo o acaso trabalhar tranquilo... hahahaha Coitado do acaso, eu nem deixo ele pensar direito!
Muiito bom como sempre!
bjs
Carlota destinada ao acaso
Nunca esperei o acaso...ele pode não acontecer. Sou a favor de tomar uma atitude sempre... Afinal é isso que se espera de um homem.
Sou a favor de não desperdiçarmos os domingos de sol...afinal estamos em Curitiba
Sou a favor de ligar...e convidar pra comer um grande pedaço de bolo de chocolate a tarde (a apesar de não gostar muito – mulheres não resistem)
Sou a favor de se ela recusar o convite (jogo duro e ainda mais agradavel) mandar o pedaço de bolo pra ela - a surpresa e o esforço fazem um efeito melhor que opção acima
Sou a favor de mandar um cd com a musica preferida ou ainda livro de poesia...confidenciado no primeiro encontro.
Sou a favor principalmente de ser eu mesmo – “Adoravelmente insistente”* – provando que são os homens -pelo menos os verdadeiros - que devem tomar iniciativa.
Infelizmente ou felizmente não acredito nas mulheres que ligam – (santo machismo) – afinal como seres superiores elas devem se valorizar sempre e o homem que não sabe disso acaba perdendo muita coisa.
Acredito que o segundo passo é mais importante que o primeiro – afinal ele deve já estar livre do efeito alcoólico da noite anterior ou ainda sem os efeitos encantadores de encontros fortuitos
em livrarias - onde se puxa conversa com segundas intenções.
Afinal ansiosidade é para os 2 lados – e a melhor forma de acabar com a minha é tomar uma atitude... criativa é claro...Sempre deu resultados
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