sábado, 21 de julho de 2007

Escalar é trepar na montanha






Pureza da água gelada da montanha... Sei. Que idéia estúpida, Eduardo Roberto, que idéia estúpida. Não percebe, cara, o Kerouac tava cheio de ácido na cabeça quando subiu a Matterhorn com o Snyder. E aquilo, além de tudo, é ficção, neném... Pelamordedeus, sinto todas as pedrinhas embaixo das minhas costas.

– Você podia ajudar, né, Sheila. Pô, só quis fazer uma viagem zen com você, sua mal-agradecida. Se desprenda, vai.

– Eu vou me desprender de você, isso sim. Conhece a incompatibilidade entre mim e a falta de tomadas. Natureza pra mim é sanduíche natural. E sem alface.

– Brrrr. Tá frio mesmo, né?

– Ahã.

– Putz, e eu preciso mijar. Promete não olhar.

– A qual é, vai ficar tímido agora? Por favor, né? A gente já namora há quase 10 anos.

– Tempo, né? Mas então, é que como frio o...

– Pequeno. Não me olhe assim, eu tava falando do tempo.
– Sempre vai ser pequeno. Ainda mais no frio. Eu tava falando do... Deixa pra lá.
– ?!?
– O Jack dizia que as montanhas eram grandes budas tranqüilos esperando as pessoas pararem um pouco de se sentirem máquinas produtoras e voltassem a ser gente, gente descobrindo o fogo... Adoro olhar para essa fogueira. Bonito o fogo, né?
– Sim, sim... É lindo... Nossa... Às vezes me surpreendo. [ ] Viu? Será que os budas se importariam?
– E você, se importa? É pequeno no frio e...








Ouça: Pato Fu, Depois, depois de assistir ao clipe (faz mais sentido)








Vanessa, farol aceso (brrr)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Ai... que fria!


Revolucionário. Descobriram que a escala de humor das pessoas é equivalente às condições climáticas da região onde vivem. Assim, quanto mais quente é um lugar, mais irreverente, alegre e descontraída é sua população. Já no caso dos esquimós... coitados. O humor fica abaixo da sola do sapato, encoberto por algumas camadas de gelo.

Sério. Pelo menos foi o que eu ouvi dizer. Só não sei se a USP ou a Nasa já fizeram a comprovação empírica de tudo isso. Pra entender melhor o assunto, até pensei em fazer uma pesquisa na net. Mas... putz! Não sei o que é mais confiável: os boatos que circulam por aí ou as informações perdidas do google. Fazer o seguinte: vamos colocar esta teoria sob análise. Pensemos no caso.

É. O inverno é um grande dificultador de coisas e situações. Tudo, ou quase tudo, fica ruim quando faz frio. Verdade seja dita. Na hora de dormir a cama está gelada. De manhã, quando a cama está na temperatura ideal, o restante do ambiente é dominado por um ar absolutamente gélido. Levantar é, indiscutivelmente, um verdadeiro sacrifício sempre. Sábado, quando é possível aproveitar o calor das cobertas – e da companhia –, o sono vai embora cedo. E no banho então? Quanto mais quente e relaxante estiver a água, maior o choque térmico e o sofrimento na inevitável hora de sair do banheiro. Quer dizer... isso quando o chuveiro esquenta. Fora o fato de não haver a menor possibilidade de, em momento algum, conseguir manter a ponta do nariz quente. E por aí vai. Disso pra pior. Todos os dias!

Diante de tudo isso, seria de se estranhar se as pessoas que sentem na pele todo este drama fossem as mais simpáticas do planeta. Situações bem diferentes das vividas pelos baianos, por exemplo. Por lá, onde o calor é uma constante, tudo é sinônimo de festa, bom humor, alegria, animação, alto astral, paz de espírito e, sem ofensas, até de tranqüilidade. Ou alguém aí conhece algum baiano estressado?

Dizem até que o mês do nascimento potencializa tudo isso. Um baiano nascido em fevereiro é, portanto, mais animado do que um que nasceu em julho. Se o dia coincidir com o final de semana de carnaval, então, nem se fala. O mesmo se aplica a um cidadão que nasce na madrugada do mês de junho na serra catarinense. Danou-se. Quase forma dupla com os simpáticos esquimós.

Agora, não podemos ignorar que o homem, como um bom ser pensante, já criou alternativas para minimizar estes entreveros da vida. Além dos estabilizadores de humor, ansiolíticos e antidepressivos da vida, em lugares mais desenvolvidos usa-se bastante um sistema de calefação para ambientes. Dizem que, por lá, isso é artigo de primeira necessidade, uma questão básica de sobrevivência.

Taí! Sem querer topamos com outra característica resultante do frio. Os países acima da linha do Equador, apesar de serem habitados por civilizações mais carrancudas, são econômica e tecnologicamente mais avançados. Neve, por tanto, é sinônimo de muito dinheiro e muita modernidade. Ah! Além de turismo, é claro. Porque, por algum motivo que eu desconheço, as pessoas adoram tirar férias em lugares frios. É um pouco difícil de entender, mas é pura verdade. Talvez tenha algo relacionado às mesmas razões que já levaram o cantor Michael Jackson a fazer um tour pela favela da Rocinha. Mas isso já é outra história...

Enfim. O que importa agora é que ficamos diante de um dilema. O que é melhor: ser um cidadão sem muitos recursos financeiros, porém feliz, ou ser um endinheirado antipático?

Brasileiro, que é um povo que adora uma votação pela internet (se eu descobrir os motivos, conto a todos), poderia dar início a uma enquete mundial. Depois, estudamos uma forma de fazer o redimensionamento da galera toda. Garanto que, com o direito da escolha, até os que optasssem pelo frio seriam bem mais felizes.

Aliane Kanso

quinta-feira, 19 de julho de 2007

UM DOMINGO QUALQUER DE FRIO



Um domingo qualquer de frio. Um dia de refúgio, de ficar sozinha, ou não, de

dormir até mais tarde, quem sabe até o meio dia. Corpo quente, só mais cinco minutinhos na cama, é final de semana.


Um domingo qualquer de frio, é dia de não fazer nada, ou de brincar com a criançada. Dia de vestir um agasalho para sair com o namorado.


Vinho para esquentar a alma e paixão para aquecer o coração. Filme de amor com um amor ao lado. Chove lá fora e aqui dentro, muita coberta e brigadeiro de panela. Um domingo qualquer de frio, é um dia para reflexão, dia de colocar os pensamentos e os sentimentos em questão.


Chocolate quente, chá, café e quentão. Dia de ler um livro, uma revista e um jornal, melhor ainda se for o caderno especial.


Um domingo qualquer de frio, é o gosto da chuva, o silêncio do inverno, a brisa, o vento, é dormir abraçado e acordar suado.


É um banho de banheira quente e demorado, com gotas de óleo perfumado, é uma música que me faz lembrar de alguém que me fez bem. Um jantar à luz de velas, são flores na janela, deixadas pela pessoa mais bela.


Um domingo qualquer de frio, pode até ser um dia de uma gripe chata, mas que logo passa, quando se encontra a pessoa amada.


Pode ser um dia inteiro de praia, parque ou televisão. Pode ser sopa, pizza ou macarrão.


É dia de almoçar fora, comer pastel de feira, comprar frutas deliciosas e guloseimas maravilhosas. Dia de cinema, teatro, fotografia, de ir ao shopping comprar roupa quentinha. Passear com o cachorro, também pode ser uma boa opção.


Um dia de inverno com sol, além de mais bonito, é mais fácil de agüentar, mas a sensação de ter a pontinha do nariz gelado, também não deixa nada a desejar.


É dia de eliminar o que é inútil e criar espaço para o que vale a pena na vida, de limpar as gavetas e arrumar os armários, de deixar entrar o novo e de mandar embora o que perdeu a graça, no fundo da alma e dentro de casa.


Em um domingo qualquer de frio, o vento e a chuva fazem alvoroço lá fora e aqui dentro, a calmaria é a rainha. Começa a anoitecer, e a maior alegria, é ter passado um dia inteiro em boa companhia.



By Camila Age


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Lucrecia Donesiba – A mulher ártica



Numa noite fria de inverno, depois de três meses de espera e negociação via telefone, com alguma das duas secretárias de Lucrecia Donesiba, chega o dia da tão esperada entrevista. Horário marcado - 20h30. A sala da presidência é de uma sobriedade quase mórbida, praticamente monocromática, se não fosse pelas cadeiras de reunião em outro tom (bege é tom?). Apesar do ar ligado no quente, o lugar é tão insípido que parece de gelo.

Aos 49 anos, altura mediana, magreza digna de dar inveja às anoréxicas, olhos claros, sérios e melancólicos, roupas impecáveis, como se tivesse acabado de sair de alguma loja de grife, Lucrecia aparece, cercada por suas secretárias, cada uma com uma pilha de papéis. Ela senta, assina todos os documentos. Só depois disso, parece perceber que havia mais alguém na sala. “Agora podemos começar”, diz.

Por que sempre o tom cinza, para as roupas? “Visto-me assim para não chamar a atenção, além da praticidade, claro. Não tenho tempo a perder, pensando em como fazer a combinação de roupas. Uso cinza e preto, sempre”, explica com um tom austero.

Lucrecia é presidente e sócia majoritária da maior empresa de cosméticos do mundo, a francesa b’Oreal. A indústria é dona de 16% do mercado mundial de cosméticos. Possui 18 marcas internacionais de origem americana, européia e asiática, como a Lancôni, Maibilinnn e Jiorio Harmanes e um faturamento médio de 15 bilhões de euros. A organização ainda conta com 14 centros de pesquisa espalhados pelo mundo, em 2005, cerca de 496 milhões de euros foram gastos somente em estudos e pesquisas. Além da b’Oreal ela tem outras inúmeras empresas no ramo das telecomunicações.

Lucrecia se formou em administração pela federal do Rio de Janeiro com apenas 20 anos. Aos 21 já tinha feito sua pós-graduação em finanças na Fundação Getúlio Vargas e aos 25 já tinha terminado o doutorado. “Concluí o mestrado e doutorado em dois anos. Pra mim era um prazer ir às aulas e depois ficar enfurnada no meu apartamento lendo pencas de livros”, explica. Chegou a adiar o casamento para participar de um congresso de economia na Europa. “Ele sempre soube que eu não iria fugir, mas minha vida profissional sempre foi mais importante”, fala quase rindo, por pouco seus dentes não apareceram. Hoje o marido mora nos Estados Unidos, se vêem uma vez por mês, e nessa ocasião permanecem juntos um pouco mais de 24 horas.

Sua rotina? Acorda às 7h, toma um café preto quase fervendo e uma fatia de alguma fruta da estação. Chega ao escritório às 08h30 e nunca tem hora pra sair, incluindo finais de semana. Raramente sai pra almoçar e passa o dia trancada na sua sala. Alguns poucos executivos têm permissão de entrar ali. Outros ‘mortais’ precisam agendar horário com uma das secretárias, além de passar por uma longa entrevista, em que elas tentam destrinchar todo o assunto. Dorme de quatro a cinco horas por noite. Tem meia dúzia de amigos e pouquíssimo contato com os seus dois irmãos.

Lucrecia não bebe, não fuma, não ouve música e não freqüenta nenhum teatro, cinema, ou qualquer outro evento cultural. Qual a sua distração? “Leio livros técnicos nas horas de lazer”, conta. Exercício físico faz em casa, em sua esteira, enquanto acompanha a cotação da bolsa de Kuala Lampur pelo Bloomberg.


Ela tem um patrimônio estimado em cerca de 1 bilhão de dólares e, no entanto, não tem casa na praia, nem iate, nem helicóptero. Bens quase que obrigatórios a bilionários como ela. A cobertura em que mora, no Rio de Janeiro, foi comprada em um leilão judicial por menos da metade do preço que valia. Nas paredes, nenhum quadro valioso. “As únicas obras de arte que já adquiri foram a título de investimento. Não vejo graça nenhuma em arte”, revela. Por que tanto ímpeto em ganhar dinheiro, se tem tanto pouco gosto em gastá-lo? Acha graça da pergunta e diz: “o divertido é o trabalho, o negócio, e não o dinheiro em si”.

“Um dia passei a tarde estudando balanços da b’Oreal, já era quase seis da tarde quando olhei pela janela e percebi uma movimentação anormal no centro, fiquei preocupada, achei que podia ter acontecido algo que não percebi, por estar entretida nos números. Foi quando, sem querer, olhei para o calendário em cima da mesa e me dei conta que era 25 de dezembro.” Mas até no natal? Você não tinha nenhum plano para a data? Nada mais divertido? “E existe algo mais divertido que ler balanço?”

Não tem filhos “nem pretendo tê-los, eles tomam tempo”, revela. Aposentadoria parece não aparecer nos seus planos, “quero trabalhar até quando tiver forças para isso, e, acho que quando não tiver mais forças, morrerei, pois a vida não terá mais graça nenhuma”, conta.

O relógio marcava 22h40. Lucrecia estava ansiosa, ainda precisava fazer algumas ligações e responder e-mail. “Você ainda tem alguma pergunta?”, indagou. Ligou para uma das secretárias e disse que a entrevista tinha acabado, pediu um café fresco e bem quente e os relatórios que estava aguardando. A secretária entra, e me espera enquanto visto meu casacão e meu cachecol. Lucrecia me olha de canto de olho: “nossa, está tão frio lá fora? Como não percebi?”. Por um momento quis responder: e você lá sente frio minha filha? Nem coração tem... Mas, pensei melhor e disse: pois é, e a previsão é que a temperatura vai baixar ainda mais. Acho que ela nem escutou minha resposta. Já estava entretida no tal relatório que a secretária trouxe.



Mônica Wojciechowski

p.s: personagem criado a partir da vida real do banqueiro Daniel Dantas.

terça-feira, 17 de julho de 2007

CULPA DA METEOROLOGIA


- Você viu aquele cara ali?
- Que cara Cris?
- Aquele que está sentado atrás do balcão, com uma camisa preta.
- Cris, a Helena não consegue enxergar um palmo na frente quando está saindo com alguém!
- sai fora, Nádia. Não estou vendo mesmo!
- Ele está olhando para cá e é com você o negócio.
- Eu não enxergo, mas a Cris vê muito mais além. E outra, hoje é um daqueles dias em que vim preparada para um frio de graus negativos, estou com uma meia-calça de lã, por cima dela um meião de futebol, uma segunda pele preta, e como ainda dormia, não achei outro sutiã, vesti um branco.
- Você também, hein? Não sabe que pelo menos, uma vez por semana a gente sai.
- Eu sei Nádia, mas hoje pelo frio, achei que não fosse rolar. E depois, a gente já está deduzindo que vou pra cama com o cara.
- Sério, Helena, ele não pára de olhar para cá.
- Capaz! E já falei, não posso nem pensar em nada hoje, vim despreparada.
- Bom, vou dizer que tudo acontece quando você não está esperando.
- Falou a Nádia, a voz da experiência...
- Ele está vindo para cá...
- Não acredito!
- Olá, eu sou o Gabriel e vocês?
(...)
- Helena, estava pensando.. Você não quer sair daqui? Comer algo em algum lugar mais reservado?
- Claro, vou me despedir das meninas!
(...)
- Nossa, acho que bebi demais!
- Eu te levo para casa...
- Na sua ou na minha?
- Ótima pergunta! Vamos?
(...)
- Nossa, tudo isso é frio?
- Culpa da meteorologia que disse que iria fazer graus negativos..
(...)
- Espere, espere....
- O que foi?
- Preciso ir ao banheiro!
E agora o que é que eu faço? Chego nua? Mas que menina apressada! Por outro lado não posso continua com esse meião. E como tirar na frente dele? Ai, meu Deus, agora? E o tamanho da bola nem pra ajudar, podia colocar toda essa roupa dentro. Ele iria pensar que sou uma ninfo.. melhor do que me ver parecendo uma bola de meia...Pense cabeça..pense...Hummm, tive uma idéia! Acho que esse cesto de roupas vai me ajudar.
- Você está bem?
- Claro! Só mais um minuto!
(...)
- Nossa, você está...
- Gostosa?
- É...
- Eu sempre tive uma vontade de usar uma fantasia de bandeirinha!
- Ficou linda com essa minha camisa e o shortinho.. mas engraçado, não me lembro de ter colocado o meião para lavar!

Dilka

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Um dia de frio...


Frio. Vento gelado. Chuvinha chatinha. Arrepio na espinha. Pés congelados. Mãos frias. Nariz vermelho. Quinze minutos de sexo.
Meias gostosas. Choconhaque. Calças quentinhas. Segunda pele. Pão saindo do forno. Blusa de lã. Casaco peludo. Meia hora de sexo.
Cachecol fofinho. Luvas gostosas. Chapéu de pele. Toquinha de crochê. Café preto. Chocolate quente. Canja de galinha. Uma hora de sexo.
Macarrão com muito molho vermelho. Velas. Caldinho de feijão. Vinho tinto. Cobertor. Moletom. Aquecedor. Lazanha. Uma hora e quinze minutos de sexo.
Fondue de queijo. Comida mexicana. Pantufas. Incensos. Pimenta. Quentão. Capuccino. Uma hora e meia de sexo.
Banho quente. Lençóis de malha. Pijama felpudo. Bolo de chocolate. Risoto. Deitar no sofá. Lareira. Uma hora e quarenta e cinco minutos de sexo.
Uma cama. Você. Eu. Muito frio. Um dia inteiro de sexo...
by Carlota Joaquina

domingo, 15 de julho de 2007

TEMA DA SEMANA


FRIO

Coisas que me irritam por meio minuto

O doce de leite sujo de pão, o bolo cortado com a faca suja de margarina, falsos cidadãos sujando a rua.
O cabelo embaraçado, o embaraço do fio do fone do IPOD, situações embaraçosas.
A “propaganda política obrigatória”, a propaganda enganosa, a propagação das fofocas.
A comida fria, a cerveja quente, o coração morno.
A fruta que não tá fresca, a sobremesa que não tá doce, o relacionamento que não tá temperado.
Fumaça densa do cigarro, fumaça preta do caminhão, pensar tanto até sair fumaça.
O esmalte descascado, o preconceituoso declarado, o namorado pouco tarado.
Mostarda, vinagre, maionese, molho funghi, coentro, arroz tão soltinho que se espalha no prato, carne mal passada, nata no leite quentinho, café expresso, salada de agrião, salsinha e cebolinha.
Futebol na TV, não saber o que escrever, ficar longe de você.
O sol brilhando direto no olho enquanto dirijo, a luz do poste lá fora vazando pela persiana enquanto tento dormir, o passado me atormentando enquanto tento seguir.
Ouvir um “passa lá em casa”, só por educação; não ouvir um “me desculpe”, nem por pura educação.
Passar um dia sem ouvir rock`n roll, ouvir pagode por sequer um minuto, ou então funk por um segundo.
Quando a meia rasga, quando o salto quebra, quando o cabeleireiro me deixa morena ao invés de ruiva (ai, que raivaaaaaaaa!!!!).
Gente que fala correto demais, gente que escreve certo de menos, gente que implica com qualquer uma dessas duas situações – será eu?
Ir ao shopping e não poder comprar, ir à praia e não poder mergulhar, ir ao paraíso e não poder ficar.
Motoristas lerdos, o meu fusca sem buzina, ficar sem gasolina.
Odeio a hora do rush, e também odeio o Bush.
Filme dublado, desenho animado legendado, vilão muito safado e mocinho muito abobado.
Tudo isso me irrita muito, muito mesmo, mas só por meio minuto. A outra metade eu uso pra dar risada de mim mesma, por estar irritada com coisas tão efêmeras...

Sabrina Moreira