sábado, 28 de julho de 2007

Pira do Pan apaga por cerca de 30 minutos no Maracanã




Madalena
Oi?
Roger [sem tirar os olhos da tevê]
Oi...
Madalena
[pausa]
Vendo TV, é?
Roger
A-hã...
Madalena
[pausa]
Hmmm... Ah, fui lá na livraria do Seu Juca e achei aquele livro que você indicou... Nossa, mas a capa tava tão suja, um horror... Daí não comprei.
Roger
A-hã...

[longo tempo só com o barulho da tevê]

Madalena
Já jantou?
Roger
A-hã...
Madalena
Hmm... Eu tinha pensado em pedir um daqueles números lá do japonês, sabe... Mas deixe.. Vou fazer uma omelete, então.
Roger
Tá.
Madalena
[pausa]
Posso sentar aí do seu lado?
Roger
Vai seu filho duma puta, acerta logo esse tiro... Putz, intervalo.
Madalena [indo para a sacada]
Sabe eu vou me atirar daqui dessa sacada, depois de acender minha colher cheia de heroína. Ah, eu te disse que trepei com o Gu antes de chegar em casa?
Roger
Tá.
Madalena
Meu, você não ouviu nada do que eu disse até agora?
Roger
Ãh?

[uma voz narrando em off diz]

O mau tempo na cidade do Rio de Janeiro segue causando problemas para a organização dos Jogos Pan-Americanos. Na manhã desta terça-feira a chama da pira pan-americana, instalada dentro do estádio do Maracanã, apagou por cerca de 30 minutos.

Roger
Tinha que ser no Brasil, mesmo... Viu que a pira apagou?

Madalena
É, vi sim...
Ouça: Back to Black, Amy Winehouse

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Do Esporte à Política



Definitivamente. Esporte não é a minha praia. Até gosto de competições. A questão é que, jogando, eu sou muito ruim mesmo. Talvez tenha algo a ver com um trauma de infância, um ginásio cheio de gente, um saque, uma bolada na testa e uma vergonha sem fim. Não sei. O fato é que eu nunca me saí muito bem em modalidade nenhuma. Fosse com vôlei, futsal, futebol, handebol, basquete ou coisas do gênero.

Bom. Mas isso nunca foi problema pra mim. Sempre convivi super bem com estas diferenças. Copa do Mundo começa e Copa do Mundo termina, e tudo bem. As Olimpíadas vêm e vão. Alguns atletas até se destacam, é verdade. Mas no final das contas, que diferença isso faz?

Com o Pan era pra ser mais ou menos a mesma coisa. Até me espantei quando, num dia em que eu estava meio convalescida, tentando espantar uma forte gripe, liguei a televisão e... era a abertura dos Jogos. Nossa. Nem sabia que era hoje, pensei. Aproveitei a oportunidade do destino – em um dia normal não estaria em casa naquele horário – para assistir tamanho espetáculo.

Agora. O que era aquele jacaré medonho, passeando feliz no meio de um monte de sacis coloridos? Não agüentei. Desliguei a tevê, me embrulhei em um cobertor e fui ler os textos de Ivan Lessa no site da BBC. Muito mais produtivo e interessante.

Não leio nada sobre esporte. Pulo as páginas desta editoria sem o menor constrangimento. Agora, o tal Pan insiste em aparecer. Qual foi minha surpresa quando, no sábado, nos cadernos de política, descobri o bafafá que aconteceu na abertura. Nosso (digo, deles) excelentíssimo Babalorixá da Banania foi vaiado por uma multidão de 90 mil pessoas, desde o ensaio geral até todas as vezes em que foi anunciado. Foram, ao todo, sete vaias. Não houve a menor dúvida de que o negócio era com ele mesmo. Um mico mundial. Isso sim é que é vergonha!

Claro que a petralhada está até agora balbuciando justificativas para o acontecido. Há quem diga que não foi bem assim... Afinal, o Maracanã vaia até minuto de silêncio, não é? Não. Não é. O Maracanã também aplaude. O prefeito César Maia foi aplaudido. A delegação cubana também.

É. Brasília manda e desmanda nos comerciais da Peugeot. Brasília expulsa do país jornalista americano que questiona os hábitos etílicos do presidente. Brasília ameniza escândalos. Brasília abafa as negociações da família Lula da Silva. Agora... a voz do Maracanã, Brasília não pôde conter .

Ah se arrependimento matasse... Pois é. Mortinha da Silva. Quer dizer... da Silva, não. Não quero ter nenhum tipo de vínculo lulístico, nem na hora da morte. Mas se arrependimento matasse...

Porque foi que eu desliguei a televisão? Apesar de que, com os cortes e com maquiagem que a Rede Globo fez – e pelo que se soube as demais emissoras e veículos que noticiaram o evento também –, eu ouviria, e bem baixinho, somente alguns dos UUUUUU.

E, pra ser bem sincera, acho que ouvir só era pouco. Eu queria era esta lá. Ah se eu fosse uma pessoa mais esportiva... Provavelmente seria uma das 90 mil pessoas. E nem venham me dizer que as vaias foram compradas. Que o prefeito César Maia colocou ônibus para levar os agitadores. Isso não daria certo. É só raciocinar bem. Até porque, quanta gente seria preciso para abafar os aplausos dos mais de sete mil funcionários que ganharam ingressos da Petrobrás e da Caixa Econômica Federal. Ou será que esta galerinha entrou no clima da vaia?

O Lulinha Paz e Amor (lembram do slogan?), orientado por seus assessores, acabou se recusando a fazer a abertura oficial do evento. Acho pouco. Ele podia se recusar oficialmente ao cargo, fazer suas malinhas e picar a mula, em minha modesta opinião. Em vez disso, ele posa de vitima. Coitadinho. Foi pra uma festa onde não era bem-vindo, lamentou ele.

E bem-vindo ele parece não estar sendo mesmo. Ele não é bem-vindo no Rio (pausa para aplauso aos cariocas). Por conta do acidente no aeroporto de Congonhas, teve que cancelar os compromissos em São Paulo. Aparecer em território gaúcho, então, nem pensar. Lá ele seria alvo de coisas bem piores que vaias.

Bom seria se ele fosse para o sertão nordestino, passar o resto dos dias comendo calango frito, e sem direito ao auxílio do Bolsa Família. Nada de vinhos caros, lençóis de linho egípcio, talheres de prata, cigarrilhas holandesas ou charutos cubanos. Não teria mais nem mesmo aquela tradicional pinguinha, a que é tão habituado.

No final das contas, acho que só faltou uma vaia para o pessoal da organização do evento. Dos R$ 40 milhões previstos para o Pan, foram gastos R$ 3,7 bilhões. Uma diferença mínima, convenhamos. Equívocos pequenos como estes já eram previstos. Afinal, no país onde o presidente não sabe muito bem se a extensão do território nacional é de 8 milhões de metros, 8 milhões ou 800 mil quilômetros, não é de se estranhar mais nada. Além disso, foi Lula mesmo quem disse que: “Nestepaiz tudo cresce. A economia cresce. Só o que cai é o salário. Digo, a inflação.”, em outubro de 2006, ao vivo, no debate da Rede Globo, transmitido para todo o país.

Mais vaias ao Apedeuta. Palmas aos cariocas e suas camisetas “Eu vaiei Lula no Pan” e a Freud, com suas explicações sobre a mente humana e o ato falho.

O Pan das Sete Vaias
Por Reinaldo Azevedo – colunista da Revista Veja

Lula foi vaiado seis vezes na festa do Pan, como sabem. Na verdade, sete. Há uma vaia que não está sendo contabilizada aí. Alguns internautas ainda não viram ou não estão com a coisa devidamente organizada. Então vamos lá:
1ª vaia – Se você clicar aqui, tem acesso à primeira vaia da noite, quando é anunciada sua presença no Maracanã. Ouvem-se vozes dizendo: "Toma!". Galvão Bueno ainda tenta achar uma explicação para a manifestação.
2ª, 3ª e 4ª vaias – Acontecem quando há a saudação oficial, com a citação do nome do presidente: é vaiado em três idiomas... Clicando aqui, você ouve a saudação em português. Se a gente apura bem os ouvidos, percebe um coro de vozes gritando, de forma ritmada, um dissílabo terminado em “ão” muito usado em estádios de futebol.
5ª vaia – A quinta vaia acontece quando Carlos Arthur Nuzman cita o nome de Lula. Talvez tenha sido a mais forte. Até agora, não achei no YouTube.
6ª vaia – Acontece quando o mexicano Mario Vázquez Raña, presidente da Organização Desportiva Pan-Americana, chama Lula para abrir os jogos — coisa que o brasileiro acaba não fazendo. Veja o vídeo aqui. Clicando aqui, você vê o tratamento discreto que o Jornal Nacional dispensou ao episódio.
7ª vaia – Ela aconteceu, vejam só, já no ensaio geral, como se vê aqui. Na ordem cronológica, foi a primeira.


Aliane Kanso

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Estrela Solitária, porém feliz


Rio de Janeiro, 12 de julho, de 2007. XV Jogos Pan Americanos. Segundo tempo entre Brasil e Cuba no handebol masculino. Os brasileiros ganhavam de 22x12. Quando o técnico daquele país, pediu tempo de cinco minutos para conversar com seu time, sua estrela maior, Javier Fuentes de apenas 19 anos, aproveitou que todo os seus companheiros estavam concentrados nas instruções e, de repente, sem que ninguém percebesse, não voltou mais à quadra. Simplesmente abandonou o jogo. Pegou sua mochila, passou no vestiário, tomou um chuveiro e se mandou para a Rodoviária rumo a São Paulo.
O desertor, que era armador titular – e considerado um dos melhores jogadores -, da seleção cubana, se disse impressionado com repercussão que seu caso tomou, em entrevista dada dois dias após sua chegada a São Paulo. Perguntado porque não esperou o jogo terminar, já que seu time tinha chances de ganhar dos brasileiros, ele respondeu que a idéia de abandonar sua delegação, já estava passando pela sua cabeça há algum tempo. Quando viu que faltavam poucos minutos para o jogo terminar e já que estavam perdendo, resolveu antecipar a fuga. Ele também justificou seu ato, dizendo que no Brasil, poderia ter mais condições de crescer profissionalmente e por isso, foi tentar jogar em São Caetano do Sul, no ABC Paulista (mais especificamente pelo time Santa Maria), onde está morando provisoriamente com outros jogadores, um deles, cubano também.
Fuentes sabe que o seu handebol não mais defenderá Cuba, mas parece feliz com a escolha que fez, apesar da ilha cubana ser considerada uma potência quando se trata de esporte, lá os atletas sonham com a independência financeira, impossibilitada pela ditadura de Fidel Castro e pelo bloqueio econômico promovido pelos Estados Unidos.
Mas para permanecer no Brasil e até para jogar num time daqui, Javier Fuentes precisa regularizar a sua situação, e para isso, pretende pedir asilo político.
Apesar dos riscos que correu e da saudade que vai sentir de Cuba, de sua família e de seus amigos, o jogador diz que faria tudo de volta, mas que não cabe nesta situação, uma apologia à deserção, pois é uma escolha pessoal e muito difícil, mas que para ele valeu a pena, pelo menos até agora.
Vinte e seis de julho, quase 15 dias se passaram, desde que Javier abandonou o jogo contra o Brasil no Rio de Janeiro e fugiu para São Paulo. Apesar de já estar mais entrosado com a equipe do Santa Maria e de ter conseguido regularizar sua permanência para morar e jogar no Brasil, a estrela cubana confessou em sua última entrevista há dois dias atrás, que anda sentindo-se solitária, sentindo falta de algo, ou melhor, de alguém. Mas que este alguém, não deixou em seu país, aliás, quer encontrar aqui. Mas enquanto não esbarra com ela, continua sozinha, porém feliz, com a certeza que não poderia ter executado de outra maneira, a sua melhor escolha: ficar em terras brasileiras.

Camila


Obs: este texto foi baseado em fato real.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Badmi o quê?



- Que mistério todo é esse Zé Roberto? Onde você ta me levando?

- Você não confia em mim? Quando eu não faço surpresa você acha ruim, quando invento surpresa pra agradar e tals, fica aí, toda desconfiada, achando que vou te levar pra algum ‘programão’ de índio. Relaxa Selene. Você vai se amarrar.

- Ei, não acredito, a gente tá chegando perto do Maracanãzinho. Você vai me levar assistir... Zéééééé?! Não acreditooooooo. Eu te amo. Deixa eu te encher de beijo, vem cá. Aí, tou tão feliz Zé.

- Calma Selene, estou dirigindo. Me deixa estacionar daí você me enche de beijos. Peraí, calma.

- Aí Zé, sempre quis assistir a um jogo importante desses, sabe? Pan, Olimpíada, essas competições grandes, com atleta do mundo inteiro. Você comprou ingressos pra qual jogo, Zé? Vamos ver as meninas do vôlei? O João Derly do judô? Basquete? Qual jogo? Fala, Zééé.

- Nenhum desses Selene, a gente vai assistir a uma partida de badminton.

- Ãh? Badi o quê?

- A Selene, não seja ignorantona, vai dizer que você não sabe o que é badminton?

- A ignorantona não sabe não. Nem nunca ouviu falar. Tava bom demais pra ser verdade mesmo. Eu achando que ia ver a Daiane dos Santos dando piruetas triplas. Hã...

- ‘Malagredecida’. Isso que você é. Queria te trazer ver uma coisa diferente, ver um esporte que os gringos inventaram. Se soubesse tinha dado o ingresso pro Carlão. Coitado, não tinha um puto pra comprar um tíquete desses.

- Tá bom, Zé Roberto, tá bom. Já chega. Vamos ver o tal do ‘bedimilton’.

- É Bedmintonnnnn que fala, Selene.

- Tá, me explica então, sobre o bedmintonnnn.

- É um esporte que os europeus jogam bastante e faz pouco tempo que está nas competições dos jogos Panamericanos. É tipo de um jogo de tênis, sabe? Mas, no lugar da bolinha eles usam uma peteca.

- Há há há há há. Uma peteca? Os caras treinam pra jogar peteca com raquete? É isso? Você ta me gozando Zé Roberto, isso nem existe.

- IGNORANTONA e ‘MALAGRADECIDA’ pela segunda vez consecutiva em menos de 10 minutos. Dá próxima te dou cartão vermelho e ligo pro Carlão pra ele vir pra cá e entrar com o teu ingresso.

- Tá bom amorzinho, eu paro. Só achei engraçado, poxa. Nossa que fila pra entrar, heim? Tudo isso pra ver o ‘bedmento’.

- É Selene. É. Fila pro ‘bedmento’.

- Vamos fazer assim Zé? Vou ali comprar pipoca e refrigerante, dar uma olhadinha na lojinha do Pan, de repente compro uma caneca e uma camiseta pra tia Judith, daí já passo no banheiro. A gente pode se encontrar na cadeira? Você se importa, amor? O que você acha? Não quero ficar aqui nessa fila chata, Zé.

- Vai, Selene. Vai. Pega aqui teu ingresso. Vê se não demora. Daqui a 15 minutos o jogo começa.

[...]


- Cada coisinha bonitinha na lojinha, amor. Comprei a caneca pra tia Judith, um adesivo pra tua mãe, uma caneta com aqueles passarinhos do Pan pro teu pai, uma camiseta... Por que você tá me olhando com essa cara Zé Roberto? O que aconteceu? O jogo já começou?

- O jogo vai acabar em 10 minutos, Selene. Eu assisti inteirinho sozinho.

- Não acredito Zé, mas, nossa... Quanto tempo dura esse jogo? Dez minutos? Eu acabei de entrar na lojinha...

- Selene, por favor, fica quietinha, vai. Deixa pelo menos eu ver os últimos minutos do jogo em paz.

- Então, Zé, depois que acabar o jogo me busca ali na lojinha, acabei não comprando tudo...

- Seleneeee, vai ‘dumavezzzzzzzzz’, por favorrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.




Mônica Valentina de Compras.

terça-feira, 24 de julho de 2007

SONHOS DE CRIANÇA


Maracanã lotado, tudo bem que hoje não cabem as duzentas mil como outrora, mas mesmo assim, havia milhares de pessoas na expectativa para ver a o início da maior competição esportiva das Américas. Até mesmo o superfaturamento da obra não tirou o brilho da festa de abertura. 5.662 atletas de 42 países competirão em 38 modalidades de 34 esportes, sua grandiosidade será lembrada para sempre.
Os jogos Pan-americanos, as Olimpíadas, até mesmo a Copa do mundo, todos esses eventos me fazem lembrar da minha infância. Tenho certeza que todo mundo já teve algum momento em sua vida em que quis jogar bola como o Ronaldinho Gaúcho, ou vôlei como a seleção do Bernardinho, nadar espetacularmente, como Michael Phelps, para quem não lembra um dos maiores medalhistas da história, com oito medalhas nas Olimpíadas de Atenas em 2004, ou saltar para história como nosso saudoso João do Pulo, ou ainda, desafiar a gravidade como a galera da ginástica olímpica.
Lembro-me das vezes em que nessas ocasiões, nossas brincadeiras favoritas eram jogar vôlei, futebol, handebol, até ensaiávamos alguns golpes com espadas de plástico.
Ouvir seu nome ovacionado por milhares de vozes, se sentir grande e importante. Era esse o nosso sonho, nos tornarmos realmente importantes... E ainda hoje as vitórias épicas continuam a incentivar crianças e ainda inspiram adultos.
E com toda essa movimentação não consigo evitar essa vontade, a mesma que tinha há anos atrás, de ser uma grande esportista.. Mas vocês sabem, vontade dá e passa, superrrr rápido. Isso não quer dizer que, eu hoje não goste de esportes, adoro. Todo final de semana pego minha bike e ando alguns quilômetros. Mas esse negócio de dedicação, trabalho intenso, exaustão, eu faço somente no que realmente eu gosto que é no meu trabalho, ali sim, passo horas... Ainda bem que nem todos gostam tanto assim de esportes.. Quem escreveria sobre eles??


Dilka

domingo, 22 de julho de 2007

JOGOS PANAMERICALIENTES


A princípio, todos juram que só pensam nas medalhas. Mas a conversa vai avançando e a turma revela que concentração também rima com “pegação. É o mínimo que se espera de um evento que reúne mais de 5 mil esportistas cheios de energia, barrigas de tanquinho, músculos a mostra...

A mistura caliente de Rio 40º(graus) e corpos sarados está mexendo tanto com os hormônios dos competidores que já provocou a demissão de duas camareiras da Vila do Pan, por infringirem uma das principais regras do Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos (CO-Rio): NÃO SE RELACIONAR AMOROSAMENTE COM OS ATLETAS.

Essa regra é complicada! Imagine você, solteiríssima (o) no meio de um monte de homens e mulheres saradérrimos, louquinhos pra garantir pelo menos uma trepadinha na sua lista? Eu não culpo nem os atletas assanhados, nem as camareiras... É difícil resistir à tentação!

Uma das camareiras foi flagrada saindo do quarto de um esportista da delegação cubana, na quarta-feira passada e foi imediatamente demitida. E o Cubano “pegador” de camareiras foi proibido de participar dos jogos? É claro que não!

Outras trabalhadoras da vila garantem que a paquera rola solta e que recebem diversas propostas indecentes diariamente. Uma delas deixou claro que os atletas não estão agüentando mais se segurar com tantas mulheres bonitas e saradas. Aqueles que não estão conseguindo se dar bem com as atletas, coisa que também é proibida, procuram as funcionárias da Vila.

Além das propostas amorosas, que acontecem durante o serviço de arrumação e limpeza dos apartamentos, alguns atletas chegam a tentar “tirar uma casquinha” das funcionárias. Algumas delas foram entrevistadas por jornais e disseram que eles aproveitam que elas estão dentro dos quartos e tentam se aproximar. Alguns mais “abusadinhos” até tentam passar a mão. Mas, quando elas os rejeitam, eles não forçam nada, apenas oferecem dinheiro para tentar convencê-las a algo mais. O que é um absurdo!

Esses atletas desinibidos e loucos pra conquistar “umas medalhas” a mais deixam claro que são contra a proibição dos relacionamentos íntimos na concentração, principalmente os “baladeiros” de plantão, que aproveitam a boate da Vila do Pan, para “investir” na paquera e aproveitar o momento perfeito pra “pegada” rolar. Ouro, prata ou bronze, não importa, desde que se consiga um lugar ao sol.

Fontes:

TEMA DA SEMANA: JOGOS PAN-AMERICANOS


A INSUSTENTÁVEL FRIEZA DO SER




O raio de sol invade a janela, ilumina meus olhos e queima meu rosto enquanto escrevo. É pleno inverno, mas o frio não chegou por aqui hoje. Lá fora, as folhas dançam em sintonia com o som e o ritmo do vento, e a luz quente da estrela do dia empresta seu tom amarelado ao verde dessas mesmas folhas. Os pedestres vestem casacos leves, em resposta ao tempo fresco que impera na cidade.

Sendo assim, não posso escrever sobre o clima frio, quando, na verdade, faz calor. Minha consciência não permite esse paradoxo. Mas ok, não vou fugir do tema. Impossibilitada de falar do frio do clima, terei de falar sobre o frio da vida:

Dizer não requer frieza. Renunciar ao comodismo e se deixar mudar, recusar ao que é bom em nome de algo supostamente melhor, arriscar machucar um coração, mas não voltar atrás, tudo isso requer frieza. Ninguém consegue dizer “não” sem parecer frio. E sem dizer “não”, ninguém consegue evoluir.

Pedir demissão, terminar um relacionamento, deixar pra trás um velho hábito, abandonar um antigo sonho, tudo isso requer frieza. Ou seja, fechar ciclos requer frieza, e dizer “não” faz parte do fechamento de um ciclo.

É por isso que eu gosto do frio, ele é necessário. O frio traz consigo uma porta a ser aberta pra deixar a luz entrar. E essa luz vai, pouco a pouco, esquentando os ambientes e os corações, fazendo brilhar o desejo e a coragem, colorindo a vida.

Exatamente como o sol faz agora aos meus olhos, meu rosto e às folhas lá fora, enquanto escrevo...

Sabrina Moreira