sábado, 4 de agosto de 2007

Mentiras são verdades que se esqueceram de acontecer (M.Q)


O problema da Elisabeth é que ela mente demais. As mentiras são demais: exageradas, sem limite, mas ao mesmo tempo tão fabulosas.
O problema de Elisabeth é que ela se esquece da verdade. Se imagina vestida de amarêlho (um tom assim, pôr-do-sol) e sai correndo de cinza na chuva. Quando se tem 8 anos, como Elizabeth, mentir é um explodir de imaginação necessário.
O problema das mentiras de Elisabeth são as inconseqüências. A vida de verdade desaparece. Outro dia quase morreu atropelada. Imaginou-se primeira bailarina da Rússia e bailou lago dos cisnes na Paulista.

Quando Elisabeth cresceu ela continuava mentindo. Mas eram mentiras menores, adultas. Tinha se esquecido, por exemplo, de quando fingia ser a Rainha da Inglaterra e organizava pequenas orgiazinhas infantis – o máximo da transgressão aos oito anos é rodar a saia sem calcinha.
As mentiras adultas não passavam de um atraso justificado no trabalho, umas desculpas para aquele chato que não pára de mandar telemensagens cafonas, umas opiniões maquiadas sobre a roupa que a amiga tinha acabado de comprar. Mentiras adultas, diplomáticas. Sentir a perna pululando de tanto correr se imaginando mulher maravilha ou fechar os olhos enquanto se balançava pensando no céu? Isso nunca mais. As mentiras adultas não têm um pingo de lirismo. São automáticas, servem para que vivamos em paz aqui dentro. Ela não ficava horas na janela imaginando como a pedra que flutua flutuava com a gente aqui dentro.

Quando apresentaram a ela o second life, ela não teve dúvidas:

– Bobagem de criança.

Elisabeth tinha crescido.
Vanessa, vida de gente grande.
Ouça: A Space Boy Dream, Belle & Sebastian.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Perfect Life

Perfeito. Tudo o que não é possível fazer na vida real, a vida virtual realiza. É. Pelo menos acho que essa é a idéia do Second Life. O único problema é que, como tudo na vida, seja na virtual ou na real, tem custo. Calma. Não é motivo pra pânico. Tudo pode ser pago no cartão de crédito. O da vida real, claro.

Nova família. Mais primos. Novo namorado. Mais amigos. Outra profissão. Muitas viagens. Grandes emoções... Ai, ai, ai! Será que eles dão desconto para pacote completo? Dá pra parcelar?

Pois é. Tenho perguntas. Como será que funciona o mecanismo de escolha para tudo isso? Será que as pessoas ficam expostas em prateleiras, como nos supermercados? Eu também teria que ir pras prateleiras? Epa! Não gostei...

Nunca entrei neste negócio. Fiz algumas tentativas. Mas, como não consegui nem escolher um login válido, resolvi fazer o meu Second Life por aqui. Vamos lá. Acompanhem.

Mariana Lewoy. 26 anos. Casada. Não, melhor: solteira. Ah! Não sei, decido isso depois. Moraria em alguma cidadezinha do México. De preferência, algum lugar que conservasse os traços da civilização asteca e que ficasse pertinho de alguma praia deserta. Não quero nada, né?! Continuando. Profissão... Putz! O que alguém de uma cidadezinha do México (sem preconceitos) pode fazer? Bem... poderia trabalhar com a organização de eventos. E povoar a praia deserta? Não. De jeito nenhum. Já sei. Seria repórter ou fotógrafa da National Geographic. Mergulhadora profissional. Bingo! Que mais?... Nas horas vagas, lual com os amigos (no Second Life, eu saberia fazer a maldita pestana do violão. Tocaria qualquer música. Conseguiria cantar também. E o melhor, sem desafinar!). Nos fins de tarde, surf. Nos dias de chuva, dormir na rede. Como hobby, pintaria a paisagem – as famosas nuvens de Calderari ficariam no chinelo. Poderia também escrever alguns livros. Contos, quem sabe. Romances, talvez.

Falando em romance... decidi! Chego solteira, caso depois. Muitos pretendentes. Alguns famosos até. Entre os candidatos, um brasileiro lindíssimo. Jornalista. Aventureiro. Inteligente. Senso de humor como poucos. Divertido. Ousado. Empreendedor. E... amor ao primeiro click, vista... a primeira vista, quero dizer.

Sempre seria verão. Só andaria descalça e só usaria vestidinhos brancos de algodão. Meu cabelo estaria sempre alinhado. Dietas seriam expressamente abolidas... mas o corpinho, de manequim. Dormiria todos os dias até as 10 horas... Nada mal, hein!?.

Pronto. Pra ficar perfeito só está faltando comprar um punhado desafios, um maço de surpresas, propostas inusitadas, convites inesperados, dias de brisa fresca, noites com cheiro de chuva... O-ou! Será que se vende tudo isso? E entregam em casa? O que... mais taxas? Ih... Será que é muito difícil aumentar o limite do meu cartão?

Aliane Kanso

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Perigoso ou Inofensivo?



Universo virtual? Vida paralela? Ambiente tridimensional que simula aspectos da vida real? Confesso que sou uma ignorante quando se trata de Second Life. Tanto é verdade, que sexta-feira passada, estava eu reunida com minhas amigas e companheiras de blog, Aliane, Carla e Mônica e discutíamos a dificuldade que teríamos talvez, de escrever sobre o assunto e eu empolgada, querendo trocar informações e também saber onde achá-las, dizia: “mas meninas, vocês já tem idéia de como vão fazer o texto? Acharam alguma coisa sobre o Simple Life? Ah, eu achei uma matéria na Folha de São Paulo que pode nos dar uma base. Mas na Gazeta do Povo, também saiu uma nota sobre o Simple Life”. Não fosse a Mônica me corrigir, talvez o título deste texto tivesse algo parecido com o nome do programa.
Desde que este tema foi escolhido, começou a passar pela minha cabeça como eu sou alienada do mundo virtual, como eu posso não entender e nunca ter entrado no SL? Daí então, algumas indagações passaram a surgir:

1) Se eu posso concretizar e realizar planos que possivelmente eu não conseguiria na vida real.
2) Se nesta vida paralela eu posso caminhar, voar e até me teletransportar.
3) Posso comprar, vender e negociar qualquer tipo de produto.
4)O meu dinheiro é valorizado
5) E namorar também é possível.

COMO EU AINDA NÃO CONHEÇO ESTA “SEGUNDA VIDA”?! Mas logo esqueci estas questões. Mesmo com todas as chances de me divertir, de conhecer cidades, países, pessoas, museus, vida noturna, e até lugares que não existem mais, eu ainda prefiro a minha vida real, às vezes cheia de possibilidades, às vezes nem tão divertida,mas mesmo assim,acho melhor, mais fácil e mais viável ser o meu próprio jogador, o meu próprio avatar.
Melhor porque tenho um pouco de medo de me aventurar, mais fácil porque tenho preguiça e mais viável porque não preciso ter um computador poderoso, se ele tiver conexão à internet já está de bom tamanho.
Sei lá, mesmo sabendo, que desde 2003 mais de 4 milhões de pessoas estão cadastradas no Second life, não tenho vontade de conhecê-lo, de assumir uma outra personalidade.
Definitivamente, não nasci e não tenho talento para esta vida de mentira. Parece-me mais fácil assumir um outro corpo, uma outra vida, do que enfrentar o aqui e agora da vida real. Isso para mim fica caracterizado com uma fuga, como uma espécie de tentar esquecer o que vêm pela frente na manhã seguinte. Então, às vezes é melhor ir dormir como uma outra pessoa, já que no outro dia, a verdade bate à porta. Eu ainda prefiro a realidade. Gosto de sentir, de ter a sensação de que a cada dia que passa, eu vivo – literalmente-, aprendo e ensino alguma coisa também. Isso no mundo virtual é impossível.
É claro que todas as possibilidades do irreal podem e até devem ser exploradas, mas daí a esquecer a realidade em que vivemos, há uma grande diferença. O second life é uma alegoria, uma fantasia, um jogo que destorce o que existe efetivamente, para talvez amenizar, o que invariavelmente pode não estar de acordo com o que queremos para a nossa vida real, a nossa primeira vida. Mesmo assim, fico com ela. E vou parando por aqui. Para quem disse que não entendia nada de second life e até o confundiu com simple life, acho que já escrevi demais.

Camila Age que tem pavor de viver uma vida que não a sua.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Second Life DA VIDA REAL





— Menina, desculpa a hora. Desculpa também ligar a cobrar. Mas tou aqui no aeroporto, de-ses-pe-ra-da. Acabou minha bateria do celular, ainda bem que consegui lembrar teu número. Foi o único, sabe? Tá frio aqui. Não tenho um puto no bolso. Será que você pode vir me buscar?

— Ah? Como assim? Cadê o Dimas? O que aconteceu?

— Nêga, vem vindo pra cá antes que eu apanhe e saia na capa da Tribuna amanhã. Daí te conto tudo. Mas vem logo, por favor.

— Ai, meu deus. Quer me matar do coração, caralho? Sabe que horas são? Quase uma da manhã. Mas tá bom, tou indo, se tranca no banheiro qualquer coisa.

Ai, e agora? O que faço? Preciso me acalmar. Agora já era. Não tem nada que eu possa fazer. A merda já fedeu... Primeiro preciso parar de andar de um lado pro outro, porra. Vou sentar. Isso, achar um banco bem no escuro. Deve ter um lugar por aqui que já tenham desligado as luzes. Vou ficar quietinha e esperar a Laís chegar. Ela não vai demorar muito, do São Lorenço a São José dos Pinhais deve dar uns 45 minutos de carro. Filho da puta. Que sede. Vou comprar uma água. Não acredito, os dois ainda estão lá? O que eles tão falando ainda? No saguão do aeroporto? Por que não vão resolver as coisas em casa? Ela já não viu o que precisava ver? Se fosse eu, ah, se fosse eu. Cachorro. Pior é que eu gosto dele. Sim, tem que gostar muito, né? Seis meses sendo a outra? Paixão enlouquecedora essa. Mas foi ele que começou. Lembro bem dos olhares dele nas reuniões que participávamos. Dos primeiros e-mails. Aliás, ainda tenho alguns guardados. E o dia que ele deixou um bilhetinho com o telefone embaixo do meu casaco? Pedindo pra eu ligar. Por que eu liguei? Se sabia que ele era casado há anos? Vai entender minha cabeça. Louca. Só pode ser isso. Me deixei envolver. Ele contando as histórias tristes, falando que não gostava dela, que precisava mudar a vida. Aquele papo de sempre. Só faltava inventar que a mulher era doente e que ia morrer logo. Eu dando uma de psicóloga e mulher bem resolvida. Que combinação. Ela ia viajar eu me mudava pra casa dele. Sexo a noite inteira. Sensação de vazio de manhã. Cadê o algo a mais? O café da manhã na cama? Laís cadê você. Será que ligo de novo? Nem sei quanto tempo já se passou. Vou esperar mais um pouco. No carnaval dei uma dura. Ele voltou antes da praia. Disse pra ela que tinha que trabalhar. Cismei. Não me ligue mais. Não quero essa vida pra mim, Dimas. Eu gosto de você, cara. Não quero transar só nos feriados que você larga a mulher na praia. Queria ter filho, sabe? Morar junto. Acho que a gente é muito diferente também. Mas gosto de você, porra, fazer o quê? Não vou pra tua casa não. Liga pra corna da tua mulher e manda ela voltar. Ou bate punheta. Ri. Desliguei. Mas, o tempo passou e acabei cedendo mais uma vez. Eu queria, sabe? Fazer o quê. Já sabia que não ia dar em nada mesmo. Fui conhecendo ele e me desapaixonando. E o sexo era bom. Não sei. Tanta desculpa que a gente inventa pra gente mesmo. Até que um dia falei. Vamos viajar então. Quero passar um final de semana inteiro com você. Ver como é acordar do lado, tomar café na cama, ver filme, tomar banho junto. Essas coisas de casal. Ele topou. Achei que não toparia. E foi esse o final de semana fatídico. Região serrana do Rio de Janeiro, divisa com São Paulo. Sexo, vinho, lareira. Pousada chique. Cama grande com lençol de malha. Ele disse que não agüentava mais viver duas vidas. Dei conselho. Falei que ele tinha que seguir o coração dele. Que achava que tinha que ficar sozinho um tempo. Tinha que mudar. Ser mais corajoso. Banho de cachoeira. Frio. Comidinhas gostosas. DVD do show da Norah Jones no quarto com a lareira acesa. Vinho. Baseado. Sexo. Será que o sexo era tão bom por causa da maconha?”

— Sua louca, te achei.

— Ai Lais, eu te amo, amiga. Que bom que você chegou. Tou tão nervosa.

— Vamos pro carro e você vai me contando. Você tá gelada. Tá muito frio aqui.

— Então, Menina, ela veio nos buscar no aeroporto.

— Ah? Não acredito que ela se prestou a esse papel?

— Sim. Foi horrível. O olho dela encheu de lágrima. Eu não sabia o que fazer. Ela tava meio escondida, atrás de uma pilastra, quando a gente a viu ela tava a menos de dois metros da gente. A gente tava de mão dada. Foi péssimo. Ele tava segurando minhas malas. Parecíamos casal voltando de lua-de-mel, sabe?

— E ele? Fez o que?

— Não fez nada. Me largou e abraçou ela. Foi conversar com ela. Acho que devem estar lá ainda. No saguão do aeroporto.

— Ah, mas ela vai terminar tudo, vocês vão ficar juntos. Imagina, ela não vai tolerar isso. Pegou vocês no flagra.

— Ficar junto? Ah, depois desse final de semana, não quero mais isso. Parece que o encanto morreu. Não sei bem ainda. Inseguro, pão duro, parece que ele não relaxa nunca, sabe? Metódico. Ui. Ficar junto um final de semana todo não foi fácil. Acho que é melhor eles se entenderem e eu pular fora. Você acompanhou tudo desde o começo, amiga, isso não poderia acabar bem mesmo.

— É. Ele é um ‘falcatrua’ mesmo. No mínimo vai inventar que vocês ficaram juntos só nesse final de semana. Que foi um erro. Ela vai perdoar e daqui uns dias estarão no mercado comprando ovos de páscoa. Você merece coisa melhor. Você sabe disso. É mulher demais pra ele. Mas e o lugar? A pousada?

— Tudo lindo, você tem que ir pra lá com o Marquinhos, amiga. Vocês vão amar. Tenho certeza. Putz, sabe o que é pior? São quase duas da manhã, tenho que escrever meu texto para o blog. Meu dia é amanhã. O tema dessa semana é second life, aqueles loucas escolheram esse tema, que tá super em voga hoje e tals, nem sei direito o que é...



Valentina Oceanlane

terça-feira, 31 de julho de 2007

"LADO B"


Diane diz:
O outro lado, a segunda vida...
Celso diz:
Você quer dizer, como aquela propaganda, que diz que todos nós temos nosso lado B?
Diane diz:
É.. mais ou menos por aí...
Celso diz:
Ah, claro.. entendi.. o lado B
Diane diz:
Meu lado B é o meu eu verdadeiro...E nela eu sou quem eu quero. Posso estrelar minha própria história em quadrinhos. Você não curte?
Celso diz:
Acho que sim.. é.. de vez em quando eu ando de pantufas pela casa.. esse aí é o meu lado B.. Mas me fale mais sobre quem você é, de verdade..Você é magra? Opa, quero dizer, gostosa?
Diane diz:
Sim... Bom, to fazendo academia e comecei meu regime nesta 2º feira.
Celso diz:
Olhos claros?
Diane diz:
Ahãm, quero dizer, aos finais de semana quando me enjôo do azul, eu coloco o verde.
Celso diz:
Resumindo, você tem olhos azuis?
Diane diz:
Depende do meu humor, se não fica castanho mesmo..
Celso diz:
Desculpe perguntar, mas você mora sozinha?
Diane diz:
Moro em uma casa lindíssima, e sim, sozinha...
Celso diz:
Mas como você se banca sozinha?
Diane diz:
Ah, isso é fácil.. eu e um amigo montamos uma empresa que administra terrenos..
Celso diz:
Nossaaa!
Diane diz:
Mas chega.. já falei tanto sobre mim, me fale um pouquinho de você...
Celso diz:
Tenho 30 anos, 1,65m, 80 quilos.., curto um monte futebol, meu time de coração é o fluminense, e de vez em quando jogo bola, normalmente no sábado, aí a moçada já embala e fica fazendo churrasco...e dia de semana é sagrado uma cervejinha com os amigos depois do trampo...
Diane diz:
Hummm
Celso diz:
Hum, o quê? Não gostou do que eu disse?
Diane diz:
Achei que você quisesse mais do seu lado B.. da sua segunda vida! É lá que as coisas acontecem..
Celso diz:
Como assim, “é lá que as coisas acontecem”?
Diane diz:
Oras.. no Second Life...
Celso diz:
Ih, não entendi nada!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

A nova onda virtual

Você já imaginou ter uma vida paralela? Isso já é possível! Há quatro anos foi criado por uma empresa americana, chamada Linden Lab, o Second Life, um ambiente virtual e tridimensional que simula em alguns aspectos a vida vida real e social do ser humano. Dependendo do tipo de uso pode ser encarado como um jogo, um mero simulador, um comércio virtual ou uma rede social. Mas o que chama mesmo a atenção dos usuários é poder ser como, quem e o que quiser.

O nome "second life" significa "segunda vida", que pode ser interpretado como uma "vida paralela", uma segunda vida além da vida "principal", "real". Dentro do próprio jogo, o jargão utilizado para se referir à "primeira vida", ou seja, à vida real do usuário, é "RL" ou "Real Life" que se traduz literalmente por "vida real".

O mundo virtual do Second Life tem recebido muita atenção da mídia internacional, principalmente as especializadas em informática, pois o número de usuários cadastrados e também os ativos têm crescido significativamente.

Aproximadamente 4 milhões de pessoas povoam o espaço comum da sociedade SL baseada em poucas regras e nenhuma lei. O Brasil é o 4º país no ranking de acessos e utilização, e já demonstra que muito em breve será o primeiro.

O produto da Linden Lab não é exatamente um jogo, mas um ambiente de relacionamento on-line com gráficos em três dimensões. Cada participante cria seu “avatar”, que vai representá-lo nesse mundo alternativo. Toda ação acontece com as pessoas conectadas à internet, por isso os avatares interagem em tempo real: eles gesticulam, conversam por mensagens de texto, namoram, fazem negócios e fabricam todo tipo de objetos, desde roupas até prédios.

Nesse “universo paralelo”, seu dinheiro vale dinheiro. Você pode comprar, vender, negociar diferentes produtos apenas com seu cartão de crédito. Cada U$1,00 (um dólar) equivalem L$300 (300 Lindens), que representa mais ou menos o preço de uma cadeira. Linden Dollar (L$), ou simplesmente Linden (L$), é a moeda oficial do mundo virtual de Second Life. Todos os residentes da “terra virtual” utilizam do Linden (L$) para pagar pelos bens (roupas, móveis e outros objetos) e serviços fornecidos por outros residentes.

Grandes empresas já “compraram” a idéia desse “novo mundo” e estão investindo em suas grandes marcas. Elas costumam construir seus espaços próprios, mas nem todas conseguem elaborar ações sofisticadas ou úteis aos seus clientes. O que a maioria das companhias tem feito com sua "segunda vida" é simplesmente divulgar sua marca.

O Second Life é do tamanho de uma cidade pequena, com mais de 1500 servidores (chamados de simuladores) e residentes de mais de 80 países. Demograficamente, 60% são homens, 40% são mulheres e eles variam em idade dos 18 aos 85. Eles são jogadores, donas-de-casa, artistas, músicos, programadores, advogados, bombeiros, ativistas políticos, estudantes, empresários, marinheiros, arquitetos, médicos, entre outros profissionais.

O limite mínimo de idade para fazer parte desse mundo é de 18 anos e as assinaturas básicas do SL são gratuitas. Outras informações: www.secondlifebrasil.com.br


by Carlota Akina

domingo, 29 de julho de 2007

TEMA DA SEMANA: SECOND LIFE


IRONIA SUL BRASILEIRA PARA OS JOGOS PAN-AMERICANOS




O evento: jogos pan-americanos.
O cenário: RJ, Brasil.
O objetivo: vencer, vencer e vencer.
Os protagonistas: atletas das três Américas.
O público: brasileiros calorosos, maravilhosos e desrespeitosos.
A mídia: a maior e mais puxa saco emissora do país.

Que belo enunciado, não acham? Bom saber que um país tão rico e igualitário está gastando rios de dinheiro com a realização deste evento tão imensamente importante. Super legal o fato de toda essa agitação estar ocorrendo justamente no Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, onde a violência tirou férias só pra receber nossos queridos hermanos latinos ou brothers nortistas.

Tão bonito ver o espírito esportivo dos atletas, jornalistas, comentaristas e ex-jogadores de basquete, que torcem e apóiam os atletas conterrâneos, sem deixar de respeitar as vitórias ou derrotas dos adversários.

Que beleza, todos pondo em prática o ditado “o importante é competir” – aliás, esse ditado é super válido... pra quem vence. Mais sublime que a torcida, ah, isso não tem. Aproveitando-se do poder e força da coletividade, ela vaia e manda péssimas energias para os nossos queridos visitantes estrangeiros, que ficam lá, desamparados, tentando desempenhar seus esportes individuais “under pressure”(assim como eu, que tô ouvindo a musiquinha do Queen agora...).

Mas o melhor de tudo é ver a emissora mais puxa saco do país – não custa repetir - enfiando o pan “goela abaixo” em seus fiéis expectadores – até substituíram o Programa do Jô pelo espetacular e super informativo “Boletim do Pan”. Pelo menos a apresentadora é bonita e simpática, eu é que devo estar com dor-de-cotovelo.

Ah!, não vamos esquecer do Kauê, o simpático mascote de nome indígena, corpinho infantil, um “baita cabeção” e doente de icterícia – amarelinho que só. Mas a logomarca está um charme, isso eu garanto. Sem contar o corpão sarado da galera, um deleite aos olhos de quem assiste. Tudo isso somado ao “jeitinho brasileiro” – já imaginou quantos tapinhas nas costas os atletas, suas equipes e seguranças já não levaram dos cariocas? Isso deve garantir algumas credenciais pra assistir aos jogos “de grátis” - afinal, brasileiros que têm “jeitinho” não precisam de mais nada pra conseguir o que querem.

Mas vejam só, que tristeza: uma festa tão bonita, tão autêntica e sem fins lucrativos, com a cobertura completa sendo transmitida gratuita e incessantemente na telinha, e eu aqui, ocupadíssima, nem podendo assistir. É uma pena, estou desolada por não estar acompanhando cada segundo dessa conquista. Mas tudo bem, fazer o quê? , vou superar. Afinal, nem tudo são flores nessa vida, assim como NEM TUDO É IRONIA NESSE TEXTO...

Sabrina Moreira, escrevendo com uma mão na caneta, dois ouvidos no rádio e vários olhos no jogo de vôlei masculino.