Na verdade, bastava escrever a doce palavrinha uma vez. Sem ponto de exclamação.
Eu poderia ter digitado até conforme a nova ortografia a entrar em vigor no ano que vem: “secso”.
O efeito teria sido o mesmo. Captada estaria a total atenção do freguês. Não há ninguém no mundo que passe pela palavra e não dê ao menos uma conferida.
A suave, ou por vezes enérgica, conjunção das letrinhas são mais ou menos idênticas em qualquer língua falada e escrita. Sex, sexe, sesso e umpa-umpa são em seus respectivos idiomas originais, a saber, inglês, francês, italiano e somali, prontamente identificáveis por qualquer indivíduo ou indivídua, não importa o seu, uai!, sexo.
O sexo é a a coisa mais interessante na face da Terra. Não fosse ele e a própria, a Terra, isto é, não giraria e nem estaríamos todos aqui gozando, por assim dizer, das artes e estratagemas de Cupido, que é para dar uma coloração menos violenta a este texto. Embora um pouco de violência... Ah, deixa isso pra lá.
O que eu queria mesmo é chamar a atenção de quem passou os olhos por aqui. Se o senhorinho ou a senhorinha ainda me acompanha é sinal de quem fui bem sucedido. Podemos, pois, passar ao que realmente interessa. Sim, sim, claro, é sobre sexo!
Por que fazer sexo?
Por que é que os seres humanos fazem sexo? Ou têm sexo. No sentido de um no outro, coisa e tal.
Não estou querendo me fazer de engraçadinho, mas esse é o título de um artigo publicado na augusta edição de agosto da revista Arquivos do Comportamento Sexual, publicado pela editora da Universidade do Texas, na cidade de Austin, e assinada por Cindy Meston e David Buss, que, no por certo prestigioso estabelecimento escolar, realizaram uma pesquisa entre 1549 participantes.
A pergunta indagava das pessoas os diversos motivos para terem, fazerem ou se envolverem em sexo. O questionário constitui, segundo as pessoas que entendem disso (de pesquisas e não sexo), a mais extensiva lista de motivos para a propagada copulação, para dar um nome nada eletrizante ao mais antigo dos passatempos (“passatempo” foi um dos apelidos dados ao ato, ou “acto” como dizem os portugueses, coitados, em questão).
Um pequeno parêntese: Cindy é nome de acadêmica sexual? Mesmo no Texas? Cindy ou é boneca ou pseudônimo de moça de programa. Sejamos sinceros.
Vamos a algumas das motivações conforme o texano estudo. “Eu estava com vontade de reproduzir” (motivo que pegou o 231º lugar). “Eu queria me castigar”(motivo 148). “Eu (ou ela) estava ovulando” (motivo 232). “Trata-se de meu imperativo genético” (motivo 180). “Eu estava apenas querendo reproduzir” e “Eu queria fazer um bebê” (empatados no motivo 27).
Uma dessas coisas que acontecem
Sem dar a ordem da motivação, os texanos – diga-se de passagem – 96% dos quais entre os 18 e os 22 anos, 5% judeus e 36% cristãos fundamentalistas – optaram ainda pelas seguintes motivações, desculpas ou pretextos, conforme queiram:
- Eu queria passar pela experiência.
- Eu precisava me sentir atraente.
- Eu necessitava me sentir feminina. (Apenas no caso das mulheres. Espero.)
- Eu estava a fim de me sentir bem comigo mesmo(a).
- Eu queria me conectar com a outra pessoa.
- A outra pessoa era inteligente.
- A outra pessoa tinha muito senso de humor.
E motivo que não acaba mais. Já entrei, mais do que devia, nos méritos do assunto. Abstenho-me de comentar, além de citar apenas mais dois dos motivos mais populares para, no Texas, tendo entre 18 e 22 anos de idade, queimar incenso no altor de Eros, conforme diziam as pessoas educadas e meio virgens de meu tempo:
- Todo mundo estava indo nessa.
- Foi uma dessas coisas.
Texto de Ivan LessaPostado por Aliane Kanso