sábado, 23 de junho de 2007

SOBRE PSICODELIA, MUTANTES E POCHETES SONORAS ESTEREOFÔNICAS


Sabe, Andreas, eu nunca pedi para ficar aqui nessa casa, [play] eu quis cantar uma canção iluminada de sol soltei os panos sobre os mastros no ar [stop] teus amigos malucos... Poesia concreta... O que esse tal de Augusto acha que é poesia? [play] soltei os tigres e os leões nos quintais [stop] irmão dele, então? Sem falar no Décio, né? Ô hominho chato. Essas festas já estão me enchendo o [play] mas as pessoas na sala de jantar, [stop] eu não suporto quando o Hermeto descobre os talheres e começa aquela sinfo [play] são ocupadas em nascer e morrer [stop] tira esse pé aí de cima da mesinha, não tá vendo que o copo vai virar? [play] mandei fazer de puro aço luminoso um punhal para matar o meu amor e matei [stop]. Eu estava desabafando com a Simone, ela sim tem uma vida de dar inveja. O que você tá fazendo aí, Andreas? Sabe, eu só queria te esperar chegar com uma porção de bifes enroladinhos sob aquele molho gorduroso e espesso, a toalha da mesa de plástico, um [ play] essas pessoas na sala de jantar [stop] daqueles de dissolver na jarra de plástico de abacaxi. Uma vida assim, kitsch, sabe? Não essa coisa de [ play] as folhas sabem procurar pelo sol [stop] de Báli, os tambores sagrados do Tibete, tenha santa [ play] e as raízes procurar, procurar [stop]. Esses teus papos cabeção com o Vlado também não levam a nada. Até o dia que a perua vier aqui e te encapuzar aí você vai ver só [ play] mas as pessoas da sala de jantar [stop] Me responde Andreas, não está vendo que eu estou tentando ser racional, eu sempre sou [play ] essas pessoas da sala de jantar são preocupadas em [stop] discutir essa relação antes que ela vá pro buraco de uma vez. Que merda... Será que você não ouve? Andreas, Andreas, desliga essa geringonça! [play] nascer e morrer [stop]




Andreas Pavel ainda não sabia que dali a mais ou menos 30 anos ganharia dezenas de milhões de dinheiros europeus como um quase reconhecimento por sua invenção motivada para sobreviver às "conversas" com sua patroa.


Ouça: Panis et Circenses (Mutantes)



Ms. Vanessa Jagger Ramone, radio on head \m/

3 comentários:

Anônimo disse...

vanessa jagger ramone, radio on head... sou sua fã. primeiro tinha que fazer essa declaração de amor...

declarações feitas... agora vou desenterrar meu walkman, minhas fitas dos mutantes e seus comentas no país dos bauretes e sair por aí, com uma garrafinha de suco de abacaxi de pacotinho e umas gotinhas de ácido lisérgico, procurar um pouco de romantismo nesse mundo dominado pelos iPods.

é sim. é isso que vou fazer.

alguém aí quer me fazer companhia?

Anônimo disse...

vanessa jagger ramone, radio on head... sou sua fã. primeiro tinha que fazer essa declaração de amor...

declarações feitas... agora vou desenterrar meu walkman, minhas fitas dos mutantes e seus comentas no país dos bauretes e sair por aí, com uma garrafinha de suco de abacaxi de pacotinho e umas gotinhas de ácido lisérgico, procurar um pouco de romantismo nesse mundo dominado pelos iPods.

é sim. é isso que vou fazer.

alguém aí quer me fazer companhia?

Anônimo disse...

Vanessa!

As pessoas da sala de jantar; aqueles que andam meio delisgados; a galera do bate macumba; os justiceiros espalhados pelo mundo; todos que nasceram em 1968... somente esses sabem a riquesa de uma fita kct, de uma gravador gradiente, de uma toca fica do carro, walkmans, limpador de cabeçote, jarras de abacaxi com kisuco de morango e as gotinhas do ácido lisérgico da monica... todos esses e outros mais, devem ler esse texto fabuloso!!!

Já to indo mo, nem precisa chamar duas vezes!

Beijosssssssss

Carlitcha