Perfeito. Tudo o que não é possível fazer na vida real, a vida virtual realiza. É. Pelo menos acho que essa é a idéia do Second Life. O único problema é que, como tudo na vida, seja na virtual ou na real, tem custo. Calma. Não é motivo pra pânico. Tudo pode ser pago no cartão de crédito. O da vida real, claro.
Nova família. Mais primos. Novo namorado. Mais amigos. Outra profissão. Muitas viagens. Grandes emoções... Ai, ai, ai! Será que eles dão desconto para pacote completo? Dá pra parcelar?
Pois é. Tenho perguntas. Como será que funciona o mecanismo de escolha para tudo isso? Será que as pessoas ficam expostas em prateleiras, como nos supermercados? Eu também teria que ir pras prateleiras? Epa! Não gostei...
Nunca entrei neste negócio. Fiz algumas tentativas. Mas, como não consegui nem escolher um login válido, resolvi fazer o meu Second Life por aqui. Vamos lá. Acompanhem.
Mariana Lewoy. 26 anos. Casada. Não, melhor: solteira. Ah! Não sei, decido isso depois. Moraria em alguma cidadezinha do México. De preferência, algum lugar que conservasse os traços da civilização asteca e que ficasse pertinho de alguma praia deserta. Não quero nada, né?! Continuando. Profissão... Putz! O que alguém de uma cidadezinha do México (sem preconceitos) pode fazer? Bem... poderia trabalhar com a organização de eventos. E povoar a praia deserta? Não. De jeito nenhum. Já sei. Seria repórter ou fotógrafa da National Geographic. Mergulhadora profissional. Bingo! Que mais?... Nas horas vagas, lual com os amigos (no Second Life, eu saberia fazer a maldita pestana do violão. Tocaria qualquer música. Conseguiria cantar também. E o melhor, sem desafinar!). Nos fins de tarde, surf. Nos dias de chuva, dormir na rede. Como hobby, pintaria a paisagem – as famosas nuvens de Calderari ficariam no chinelo. Poderia também escrever alguns livros. Contos, quem sabe. Romances, talvez.
Falando em romance... decidi! Chego solteira, caso depois. Muitos pretendentes. Alguns famosos até. Entre os candidatos, um brasileiro lindíssimo. Jornalista. Aventureiro. Inteligente. Senso de humor como poucos. Divertido. Ousado. Empreendedor. E... amor ao primeiro click, vista... a primeira vista, quero dizer.
Sempre seria verão. Só andaria descalça e só usaria vestidinhos brancos de algodão. Meu cabelo estaria sempre alinhado. Dietas seriam expressamente abolidas... mas o corpinho, de manequim. Dormiria todos os dias até as 10 horas... Nada mal, hein!?.
Pronto. Pra ficar perfeito só está faltando comprar um punhado desafios, um maço de surpresas, propostas inusitadas, convites inesperados, dias de brisa fresca, noites com cheiro de chuva... O-ou! Será que se vende tudo isso? E entregam em casa? O que... mais taxas? Ih... Será que é muito difícil aumentar o limite do meu cartão?
Aliane Kanso
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
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3 comentários:
Olá Aliane,
meu comentário vem cedo, sabe como é cineastas acordam cedo para aproveitar os primeiros raios solares da manhã, os melhores para as cenas.
Parabéns pelo seu passeio pelo suposto mundo do second life. Ele chega ao ponto desejado por um mundo de prazeres prometido por esse novo tamagochi, inventado por meus conterrâneos desta vez. Na segunda vida, não há limite...o único limite é o do seu cartão de crédito internacional...Continuo preferindo a minha vidinha: um filme por ano (essa média tem diminuído um pouco a qualidade deles, é verdade, mas acho que ainda mando bem), um enteada jovem, 2 pimpolhos lindos e uma estadia em barcelona para um novo filme com uma bela e talentosa atriz espanhola... A propósito, o amigo que me empresta o corpo também diz que está bem sossegado. Tentando escapar desse mundo cada vez mais materialista onde o TER tem sido sempre mais importante que o SER. Ele e eu somos guerreiros. E venderemos essa batalha bem caro....
W.Allen
Adorei! Deu para viajar junto para a praia deserta.
Continue assim!
Adriane
ali,
adorei o texto. tá levinho e tals. gostoso de ler. só faltou uma rede. ei, mas, saí pra lá com esse lance de ser fotógrafa da National. Essa vida é minhaaaaaaaaaaaaaaa. huahauhauhauhau. beijocas.
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