Engraçado. O tempo é tão relativo. 24 horas parece ser um montão quanto temos que esperar por algo. Cada minuto é quase uma eternidade quando estamos fazendo alguma coisa que não gostamos. Da mesma forma, freqüentemente, pensamos que uma vida inteira é muito tempo. Na verdade, se pensarmos bem, não é. Normalmente achamos que temos muito pela frente, e não queremos ver que o caminho, às vezes, nos pega de surpresa. No final das contas, a contagem sempre foi regressiva. Mas, se fosse possível saber o prazo final, eu faria assim:
Eu acordaria bem cedinho, antes mesmo de o dia amanhecer. Passaria na casa de cada uma das pessoas que são importantes para mim, minha família e meus amigos. Depois, todos juntos, em uma grande caravana, pegaríamos a estrada. Guiando minha moto, eu iria à frente. Observaria com muita atenção cada detalhe do caminho e faria questão de curtir as coisas simples como o frio, a chuva, o vento e o cenário.
O destino seria uma praia deserta, mas não muito longe. Chegaríamos quando ainda é escuro. Faríamos uma fogueira e, sentados na areia, em silêncio, esperaríamos o nascer do sol. Tudo seria registrado na memória e gravado no coração. Contemplaríamos cada raio de luz que toca o horizonte e o brilho dourado que ele deixa no rosto de cada pessoa.
Tomaríamos o café da manhã numa grande mesa, composta por vários lugares. Entre as frutas, pães e sucos, saborearíamos o doce sorriso um dos outros. Depois, faríamos uma longa caminhada a beira-mar. De mãos dadas, passo a passo, sentiríamos o suave toque da água e o frescor da brisa marítima.
À tarde, de baixo da sombra de uma árvore, faríamos um grande piquenique. Lembramos de todos os bons momentos que já vivemos juntos. Todos os natais, festas de ano-novo, aniversários, férias e dos mais especiais dias comuns. Todos os momentos de superação, desafios e conquistas. Riríamos muito. Provavelmente, choraríamos também. Este dia seria, sem sombra de dúvida, recheado de muitos beijos e abraços. Aproveitaria a oportunidade para, incansavelmente, dizer a todas as pessoas o quanto as amo e pedir que me perdoem por todos os meus incessantes erros.
A confraternização só seria interrompida caso Deus nos presenteasse com uma refrescante chuva de verão. Daí, todos correríamos para a linda cachoeira, que fica um pouco escondida, mas que não é difícil de achar. Lá tomaríamos o melhor banho de nossas vidas. Só sairíamos de lá, quando estivesse quase anoitecendo. E, mais uma vez, em silêncio, nos despediríamos do sol e de toda a beleza de nosso redor.
Faria alguns momentos de reflexão. Ficaria, por alguns instantes, sozinha. Nesta hora, escreveria algumas cartas. Em uma delas, dirigida a todos, pediria para que, no próximo ano, no mesmo lugar e na mesma data, esta mesma grande família se reunisse novamente e juntos, celebrassem a vida. Deixaria registrado também, individualmente, como foi bom ter vivido com cada uma das pessoas que fizeram parte da minha vida. Faria a entrega de todos os escritos. Daria um grande abraço em cada um e, depois de um dia tão emocionantemente feliz, iria dormir...
Aliane Kanso.
Eu acordaria bem cedinho, antes mesmo de o dia amanhecer. Passaria na casa de cada uma das pessoas que são importantes para mim, minha família e meus amigos. Depois, todos juntos, em uma grande caravana, pegaríamos a estrada. Guiando minha moto, eu iria à frente. Observaria com muita atenção cada detalhe do caminho e faria questão de curtir as coisas simples como o frio, a chuva, o vento e o cenário.
O destino seria uma praia deserta, mas não muito longe. Chegaríamos quando ainda é escuro. Faríamos uma fogueira e, sentados na areia, em silêncio, esperaríamos o nascer do sol. Tudo seria registrado na memória e gravado no coração. Contemplaríamos cada raio de luz que toca o horizonte e o brilho dourado que ele deixa no rosto de cada pessoa.
Tomaríamos o café da manhã numa grande mesa, composta por vários lugares. Entre as frutas, pães e sucos, saborearíamos o doce sorriso um dos outros. Depois, faríamos uma longa caminhada a beira-mar. De mãos dadas, passo a passo, sentiríamos o suave toque da água e o frescor da brisa marítima.
À tarde, de baixo da sombra de uma árvore, faríamos um grande piquenique. Lembramos de todos os bons momentos que já vivemos juntos. Todos os natais, festas de ano-novo, aniversários, férias e dos mais especiais dias comuns. Todos os momentos de superação, desafios e conquistas. Riríamos muito. Provavelmente, choraríamos também. Este dia seria, sem sombra de dúvida, recheado de muitos beijos e abraços. Aproveitaria a oportunidade para, incansavelmente, dizer a todas as pessoas o quanto as amo e pedir que me perdoem por todos os meus incessantes erros.
A confraternização só seria interrompida caso Deus nos presenteasse com uma refrescante chuva de verão. Daí, todos correríamos para a linda cachoeira, que fica um pouco escondida, mas que não é difícil de achar. Lá tomaríamos o melhor banho de nossas vidas. Só sairíamos de lá, quando estivesse quase anoitecendo. E, mais uma vez, em silêncio, nos despediríamos do sol e de toda a beleza de nosso redor.
Faria alguns momentos de reflexão. Ficaria, por alguns instantes, sozinha. Nesta hora, escreveria algumas cartas. Em uma delas, dirigida a todos, pediria para que, no próximo ano, no mesmo lugar e na mesma data, esta mesma grande família se reunisse novamente e juntos, celebrassem a vida. Deixaria registrado também, individualmente, como foi bom ter vivido com cada uma das pessoas que fizeram parte da minha vida. Faria a entrega de todos os escritos. Daria um grande abraço em cada um e, depois de um dia tão emocionantemente feliz, iria dormir...
Aliane Kanso.
2 comentários:
Olá Miss Ali! Miss Friday!
Talvez a mais politizada de todas as misses e aquela com a qual tive mais contrapontos devido ao seu (e ao meu) gosto pela discussão política e de visão de mundo por que não dizer.
Talvez aquela que mais irritei também... peço desculpas se me excedi algumas vezes. Nunca foi essa a intenção.
W.Allen escrevendo pela última vez, celebrando a minha despedida com cada uma de vocês e dedicando um poema ou canção no final.
Então Ali, além de politizada percebi em você, nessas poucas semanas em que convivemos, um clima meio hostil com o universo masculino. Você deve ter suas razões mas tente pegar um pouco leve... Nós somos muitas vezes difíceis (vocês também), mas há solução. E quando há solução e se combina tudo, não existe prazer maior, não é verdade? Sei lá. Desconsidere, se quiser, o comentário, ou pense nele. Talvez possa lhe ser útil.
Comentando um pouco o seu texto de hoje dou um sugestão para você e para as outras meninas de papel que seguiram o caminho das realizações tardias. Agora que vcs refletiram, mesmo que de maneira breve, sobre como tornar a vida mais prazeirosa, ponham em prática a partir de agora! "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena" diria o poeta. Ele está certo.
Para você eu dedico um linda música de um compositor maravilhoso, apesar de ser homem (just kidding, ok?) Ele chama-se Vitor Ramil e a letra chama-se Estrela, Estrela
Beijos e até um dia.
"Estrela, estrela
como ser assim
tão só, tão só
e nunca sofrer
Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é
No corpo nu
Da constelação
Estás, estás
Sobre uma das mãos
E vais, e vens
Como um lampião
Ao vento frio
De um lugar qualquer
É bom saber
Que é parte de mim
Assim como és
Parte do que sou
Melhor, melhor
é poder gozar
Da paz, da paz
Que trazes aqui
Eu canto, eu canto
Por poder te ver]
No céu, no céu
Como um balão
Eu canto e sei
Que também me vês
Aqui, aqui
Com essa canção."
Desejo um lindo caminho para você e que a vida lhe reserve sempre belas surpresas. Elas são mágicas.
Se quiser recorrer ao W. em algum momento, corra e olhe o CÉU. Eu estarei lá.
W.Allen
bom é quando vivemos todos os nossos dias com se estaivásemos constantemente inebriados pelos sorrisos, cachoeiras, cartas... Quem dera eu voce e todos pudéssemos viver nesta benção de não ter de escrever nada no último dia, que todo dia seja o último. Um dia, talvez no úlimo, eu chegue lá.
Postar um comentário