Era uma vez...
... um monge zen-budista. Imagine um japa careca coberto por lençóis laranja. Agora, coloque-o no seguinte cenário: uma floresta pouco úmida, árvores de flores coloridas e largos caminhos salpicados por folhas secas, tudo isso sob um sol branco, um vento fraco. Jogue um tigre asiático (nada de Taiwan ou Japão, é o felino mesmo), um tigre asiático faminto cujo prato principal seja a sublime carne relaxada e macia de monges zen.
Num momento de distração entre uma levitação e outra, o monge percebe a presença tão insatisfatória, arregaça as saias até os joelhos e corre, corre muito, até que chega na beira de um penhasco.
Não satisfeito em ter um tigre fungando com bafo de onça em seu cangote, o monge percebe que tem outro tigre triste sem trigo – faminto – lá embaixo. Milagrosamente, porém, ele, o monge, agarra uma raiz que estava ali dando sopa – “sopa” para um casal de ratinhos simpáticos que roíam a planta com bastante satisfação, obrigado – há um quê de exagero nas parábolas...
Triste ventura: pendurado na comida de ratos, na beira de um penhasco e cercado por tigres comedores de monge. Porém ali, preso num dos delicados raminhos da raiz (!) tem um enorme, suculento e dulcíssimo (adoro superlativos latinizados) morango vermelho.
Dizem que foi o melhor morango que o monge comeu em toda sua vida – como alguém soube disso pra contar depois é outro papo.
Moral da história: Acha que tudo deu errado hoje? Então pegue uma bacia de morangos frescos, tasca-lhe duas generosas conchas de creme de leite, jogue um punhado de suspiros e mande ver. Em sendo inevitável, relaxais e gozais.
Vanessa escreveu esse texto gozan..., ops, levitando.
Ouça: The eye of the tiger (Survivor)
sábado, 7 de julho de 2007
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3 comentários:
Fiquei até com vontade deste morango Van. Amei!!!
Beijos
Cami
Muito conveniente seu texto!
Muitos de nós temos tudo o que precisamos, mas somente quando perdemos temos a percepção do que tínhamos... ou então à beira da morte ou em doença...
Que possamos antes de deitar lembrar de, antes de pedir qualquer coisa, agradecer o que temos!! Quem sabe percebemos que não precisamos de mais nada, só viver em paz?
bjs a todas as papergrlz!
van,
ótEEEmo. quanta maestria! conta uma boa história com concisão...
e além disso, me abriu os olhos em um domingo sombrio. vou prestar mais atenção nos morangos da vida. antes que eles me comam...
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