domingo, 1 de julho de 2007

Neuróticas, sim. Graças a Deus!


Caras amigas, Meninas de Papel e leitoras(es) do blog, tenho uma notícia, no mínimo, aliviante: ser neurótico é ser normal. Isso mesmo que vocês ouviram (ou melhor, leram): quando você chama alguém de neurótico, não está falando nenhuma novidade.

Tá bom, vai, eu explico. O meu marido, Freud – com quem me casei na semana passada, lembram? – me contou que o que tem de mais natural na cabeça de todo mundo é, justamente, a neurose. Quem não é neurótico, aí sim, é louco, doido de pedra. Os que não são neuróticos só têm duas saídas: ou são psicóticos (que não têm distinção entre o real e o simbólico) ou são perversos (que não possuem sentimento de culpa; são os malucos que mentem, estupram, matam e saem dando risada).

Já os neuróticos, aaahhh, que criaturinhas adoráveis: atropelam um cachorrinho, passam o resto da noite culpados; traem a confiança de alguém, e perdem a coragem de ohar nos olhos; não cumprem uma promessa, e fazem de tudo um pouco pra se redimirem. Enfim, a neurótica aqui sou eu!, mas você aí que tá lendo também é. Somos pessoas boas, intensas, fantásticas. Gente que tem cabeça e, principalmente, que tem coração.

As neuroses femininas, portanto, são apenas um temperinho essencial da mulherada. Nós, as ladys, encanamos sim com celulites, culotes de pão-de-queijo, compulsão por compras, “protuberâncias abdominais”, semanas com Lei de Murphy... e muita “etc e tal”. Tudo isso faz parte do diferencial feminino, assim como os homens têm suas crises inerentes à raça – pensem que os bíceps e tríceps estão para os homens assim como a bunda e os peitos estão para as mulheres, entendeu?

Enfim, a neurose é o que nos faz sermos melhores a cada dia. É ela quem nos impulsiona a tentarmos ser mais bonitos, mais inteligentes, mais verdadeiros, mais humildes, mais queridos, mais... aceitáveis, adequados. E é aí que mora o perigo. A neurose em excesso pode machucar, tanto a nós mesmos quanto aos outros.
Não vale a pena arriscar a vida em nome da beleza. Nós é que devemos criar nosso próprios padrões, e eles não precisam se adequar aos dos outros, não é?

Sendo assim, proponho um desafio: dê umas férias à neurose excessiva – pelo menos por uma semana. Beba um chopinho com as amigas, sinta o prazer de comer um bolo de chocolate, ponha o biquíni e vá dar um mergulho, menina! Afinal de contas, mais vale dar valor às coisas boas e simples da vida do que às imperfeições do corpo.
Sabrina Moreira

5 comentários:

Anônimo disse...

Para quem não sabe, a Sassá está fazendo, neste exato momento, justamente o que ela recomenda ao final do texto. E na Ilha do Mel! Aproveita, Sassá. Você merece, sua neurótica. hehe

Anônimo disse...

ahhhhhhhh, então eu não sou neurótica? sou psicótica????? nossa, sabrina, seu texto foi super esclarecedor. hauhauhauhauhauhauahuahuah.

brincaderinha!
mas adorei o texto, e, o mundo seria muitoooooooooooo mais leve se todos (incluindo os homens aí, com seus trícepes e outros musculos, seus paus meia bombas e sua calvice etc...) aceitássemos e curtíssimos o que somos, sem grandes neuroses...

=)

Anônimo disse...

Sabrina

Eu até gostaria de deixar minhas psineuroses de lado e colocar um biquini hj, sair pelas ruas de top e shorts bem curto... mas tá um frio do kct menina! hahahahahaha

Ótimoooo!

beijossss

Carlota etc e tal

Anônimo disse...

Eu fiquei meio assim de escrever pois apesar de estar por aqui na semana passada, tenho tido a impressão de que o espaço é dedicado às meninas e mulheres de papel, ou será uma neura da minha parte? Quando o sexo frágil (os homens é claro) aparece representado apenas por parênteses é sinal de que eles devem ser representados mesmo, são mera formalidade, é mais uma neura do comentário ou nenhuma das anteriores? Freud, explica?

W.Allen

Anônimo disse...

Mario,
informo que fiz quase tudo o que aconselhei: comi um baaaaita pedaço de bolo de chocolate - com recheio e cobertura - tomei uma cervejita, e fiz tudo isso com muita tranqulilidade, adivinha pq? Pq tava um friozinho gostoso, o que me impediu de colocar o biquíni e mergulhar, hehehehe...
Carla
portanto, querida eu te entendo, é só o frio que nos impede de soltarmos a franga - com celulite, inclusive.
Mopi,
que bom que vc é psicótica só por um dia, quer dizer que hoje já passou.
Mr. Allen,
de fato vc está neurótico, o espaço é aberto a todos os gêneros, inclusive aos tímidos - deve ser o seu caso, já que fica aí, no anonimato...
Ah, e quanto à pergunta "Freud explica?", te digo: ele SEMPRE explica.
Beijos a todos